Como estava sozinha, decidi instalar-me no quarto principal. Teria
de pensar numa forma de passar despercebida, visto que não era usual ir para
uma casa deste género apenas uma pessoa. Decidi ir preparar qualquer coisa para
jantar e aí pensaria no que fazer.
Sentada na mesa a olhar para o jardim, lembrei-me que poderia
dizer que tinha chegado mais cedo que os meus pais, dizendo que vinha diretamente
de um colégio. Contudo, isso iria permitir-me apenas ficar instalada mais um ou
dois dias além de, no final, os meus pais terem de aparecer para virem passar
uns dias comigo, o que iria ‘estragar’ o meu disfarce. Liguei aos meus pais e
expliquei-lhes o sucedido na esperança de que eles me pudessem ajudar.
E assim foi. Eles conheciam um casal de namorados seus amigos e
iriam pedir-lhes que fossem passar uns tempos lá a casa. O rapaz, Luís, que seria
o meu irmão mais velho, e a Patrícia, a sua namorada, decidiram passar umas
férias comigo, mas como eu vinha diretamente do meu (suposto) colégio, acabara
por chegar mais cedo. Após algum tempo o meu pai ligou-me a confirmar a vinda de
ambos. Eles chegariam amanha à noite ou depois de amanha.
Tendo um álibi perfeito, acabado de jantar e de arrumar a cozinha,
instalei-me no quarto. Não arrumei as minhas malas porque em breve iria sair do
quarto pois era mais do que justo deixar os pombinhos juntos na mesma cama e
com um quarto só para eles.
Estava cansada e por isso acabei por adormecer rapidamente.
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