sexta-feira, 8 de junho de 2012

O Começo -1


E qual o melhor lugar por onde começar? Pela minha infância! Pois foi, eu decidi ir para a minha antiga casa. Mudei bastante desde que vim morar para cidade, o meu cabelo que antes era castanho, tendencialmente claro ficou completamente louro, deixou de ser grisalho e ficou comprido e com ondulações e muito bonitas! Pelo menos a minha mão diz que há muitas raparigas que iriam adorar ter um cabelo como o meu! Em pequena tinha uma pele bastante clara e desde que me mudei para aqui ganhei mais cor, fiquei mais morena pois comecei a sair um pouco mais à rua e tinha a felicidade de não ser perseguida ou vista como um monstro. O meu olhar, esse, não mudou! Os meus olhos continuaram castanhos, cor de avelã, mas se os virem ao sol, oh, sim, ficam lindos: verdes! De resto, cresci não muito mas o suficiente para mim, uns 165 cm de fazer inveja a muitas raparigas que se queixam ou de serem demasiado baixas ou demasiado altas! Engordei um pouco mas acho que mantenho uma boa aparência!
O importante é que poderia voltar àquele lugar sem ser reconhecida, sem estar sobre o olhar constante das pessoas!
E assim foi, pedi aos meus pais e ainda naquele fim-de-semana voltei à inesquecível porta nº 125 e que diferente que estava a minha casinha! Não parecia o lar onde eu vivi a minha infância, onde estive praticamente fechada dez anos da minha vida! Mas tinha de admitir que os meus pais fizeram um excelente trabalho naquele lugar! Mantendo o exterior em pedra, de portadas brancas, aquela casa conhecia um lindo jardim que nunca tive oportunidade de desfrutar, mas que agora (e finalmente!) se encontrava vedado e alheio às casas vizinhas.
O jardim apesar de pequeno poderia ser o sonho de um pequeno artista, um lugar onde facilmente se conseguiria inspiração para uma obra de arte, ou para compor uma música, ou até mesmo para se escrever um livro, quem sabe! Este servia de cenário para qualquer musa, para o desenrolar de qualquer romance tórrido que despertaria emoções fortes, quase reais a quem o lesse. Poderia ser o som das árvores quando tocadas pelo vento, o som da água a correr, o simples som dos pés a pisarem aquela relva fonte de inspiração ou até mesmo o reflexo de uma melodia que, num ápice, seria ali criada e que encheria auditórios inteiros durante anos a fio e que deixaria as pessoas de lágrimas nos olhos perante tal audácia, tal melodia que embala o coração, melhor ainda, que tocaria a alma das pessoas! Frontalmente, o jardim era todo em relva com uma simples oliveira que servia de ponto de abrigo a casais felizes de aves enamoradas e dos seus ninhos e tinha ainda uma hera agarrada ao alpendre que dava entrada para o interior da habitação. Lateralmente o jardim ainda cheio de relva dava ligação às traseiras através de um caminho feito em pedrinhas, como se se tratasse de um pequeno trilho para uma gruta de um tesouro…e que tesouro! Tesouro seria uma palavra que serviria para descrever o pequeno mas encantador jardim das traseiras. Com um pequeno canteiro de margaridas, rosas e um azevinho, com um imponente plátano que proporcionava uma ótima sombra para um almoço no jardim nos dias de maior calor. Junto ao seu caule se encontravam umas espreguiçadeiras para quem quisesse descansar longe do calor ou para quem quisesse simplesmente passar uma tarde mais relaxada. Tinha ainda uma pequena (mas mesmo pequena) piscina alimentada por uma pequena fonte que jorrava água bastante cristalina e que me era bem apetecível!
Contudo, a curiosidade era maior e eu estava ansiosa para ver o interior da minha antiga casa! 

2 comentários:

  1. - Continua a fascinar-nos com os teus belos textos. Nós, cá ésperamos pelo próximo*


    Beijinho grande ❤

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  2. só vos posso agradecer por todo o vosso apoio...

    é graças a vós que continuo na luta de encontrar a minha felicidade e é por isso que faço e sou o que vêm hoje em dia!

    obrigado! ^^ adoro-vos

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