E qual o melhor lugar por onde começar? Pela
minha infância! Pois foi, eu decidi ir para a minha antiga casa. Mudei bastante
desde que vim morar para cidade, o meu cabelo que antes era castanho,
tendencialmente claro ficou completamente louro, deixou de ser grisalho e ficou
comprido e com ondulações e muito bonitas! Pelo menos a minha mão diz que há
muitas raparigas que iriam adorar ter um cabelo como o meu! Em pequena tinha
uma pele bastante clara e desde que me mudei para aqui ganhei mais cor, fiquei
mais morena pois comecei a sair um pouco mais à rua e tinha a felicidade de não
ser perseguida ou vista como um monstro. O meu olhar, esse, não mudou! Os meus
olhos continuaram castanhos, cor de avelã, mas se os virem ao sol, oh, sim,
ficam lindos: verdes! De resto, cresci não muito mas o suficiente para mim, uns
165 cm de fazer inveja a muitas raparigas que se queixam ou de serem demasiado
baixas ou demasiado altas! Engordei um pouco mas acho que mantenho uma boa
aparência!
O importante é que poderia voltar àquele lugar
sem ser reconhecida, sem estar sobre o olhar constante das pessoas!
E assim foi, pedi aos meus pais e ainda naquele
fim-de-semana voltei à inesquecível porta nº 125 e que diferente que estava a
minha casinha! Não parecia o lar onde eu vivi a minha infância, onde estive
praticamente fechada dez anos da minha vida! Mas tinha de admitir que os meus
pais fizeram um excelente trabalho naquele lugar! Mantendo o exterior em pedra,
de portadas brancas, aquela casa conhecia um lindo jardim que nunca tive
oportunidade de desfrutar, mas que agora (e finalmente!) se encontrava vedado e
alheio às casas vizinhas.
O jardim apesar de pequeno poderia ser o sonho de um pequeno
artista, um lugar onde facilmente se conseguiria inspiração para uma obra de
arte, ou para compor uma música, ou até mesmo para se escrever um livro, quem
sabe! Este servia de cenário para qualquer musa, para o desenrolar de qualquer
romance tórrido que despertaria emoções fortes, quase reais a quem o lesse.
Poderia ser o som das árvores quando tocadas pelo vento, o som da água a
correr, o simples som dos pés a pisarem aquela relva fonte de inspiração ou até
mesmo o reflexo de uma melodia que, num ápice, seria ali criada e que encheria
auditórios inteiros durante anos a fio e que deixaria as pessoas de lágrimas nos
olhos perante tal audácia, tal melodia que embala o coração, melhor ainda, que
tocaria a alma das pessoas! Frontalmente, o jardim era todo em relva com uma
simples oliveira que servia de ponto de abrigo a casais felizes de aves
enamoradas e dos seus ninhos e tinha ainda uma hera agarrada ao alpendre que
dava entrada para o interior da habitação. Lateralmente o jardim ainda cheio de
relva dava ligação às traseiras através de um caminho feito em pedrinhas, como
se se tratasse de um pequeno trilho para uma gruta de um tesouro…e que tesouro!
Tesouro seria uma palavra que serviria para descrever o pequeno mas encantador
jardim das traseiras. Com um pequeno canteiro de margaridas, rosas e um
azevinho, com um imponente plátano que proporcionava uma ótima sombra para um
almoço no jardim nos dias de maior calor. Junto ao seu caule se encontravam umas
espreguiçadeiras para quem quisesse descansar longe do calor ou para quem
quisesse simplesmente passar uma tarde mais relaxada. Tinha ainda uma pequena
(mas mesmo pequena) piscina alimentada por uma pequena fonte que jorrava água
bastante cristalina e que me era bem apetecível!
Contudo, a curiosidade era maior e eu estava ansiosa para ver o
interior da minha antiga casa!
- Continua a fascinar-nos com os teus belos textos. Nós, cá ésperamos pelo próximo*
ResponderExcluirBeijinho grande ❤
só vos posso agradecer por todo o vosso apoio...
ResponderExcluiré graças a vós que continuo na luta de encontrar a minha felicidade e é por isso que faço e sou o que vêm hoje em dia!
obrigado! ^^ adoro-vos